segunda-feira, 8 de junho de 2009

Resolvi falar a ti...



Meus amigos, tanto os daqui, próximo, ou os que distante, de alguma forma celebraram este dia. Me lembrei, em uma paisagem totalmente nova para os meus olhos, de muitos acontecimentos da minha vida.

Olhei para Davi, ainda na barriguinha de Lúcia e me lembrei dos dias que me antecederam. Das histórias que meus familiares me contam sobre a escolha do meu nome, do bairro onde eles moravam, da casa, dos envolvimentos emocionais e do cotidiano que ali viviam. Tive vontade de discursar isso ontem, mas achei melhor não.

Olhei para os meu filhos brincando nas águas do Vaza-Barris, e como de costume, coloquei água sobre as suas cabeças e os abençoei, como sempre faço até que Ele venha. Me vi neles com 7 anos brincando sem preocupações que não fossem a de aproveitar o máximo a diversão. Me lembrei dos meus amigos de infância e quis revê-los um dia. Quis falar um pouco sobre isso, mas achei melhor não.

Tantos professores ao meu lado... lembrei dos meus melhores momentos da escola, das amizades, daquilo que a gente organizava, das festas de São João, dos jogos interclasse, dos professores, as comemorações, do pão-de-queijo com guaraná da cantina... e também dos mais angustiantes períodos de provas. Lembrei dos amigos que perdi para os acidentes de trânsito, leucemia e para as drogas... e me enchi de satisfação por lembrar da história daqueles que estão vivos, que combateram os seus cânceres e com a mesma emoção, ficam alegres. Quis falar sobre isso, mas achei melhor não.

Ontem rolou de tudo. Futebol, um peixe na praia, contato com a natureza, banho de chuva. Nesse clima me lembrei dos dias que vivi com meus primos, nas tradicionais férias dos Pecém, onde nós, por sermos de Fortaleza, nos divertíamos empurrando jangadas, que regressavam do mar, ao pôr-do-sol. Lembrei dos ciúmes que tive das minhas primas e dos primeiros "rolinhos" que tive na adolescência. Lembrei das primeiras responsabilidades, das discussões familiares, das separações. Dos anos que fui acolhido por tios e da forma carinhosa que acolheram meus irmãos na hora em que mais precisávamos. Me emocionei. Meu coração parecia que ia saltar pela boca. Pensei em falar sobre isso ontem, mas achei melhor não.

Um sambinha gostoso tocando no som do carro, e eu me lembrando de meus amigos, na época que o que nos unia era a música. Lembrei das dores e da ralação, das caixas pesadas, das noites perdidas, das dificuldades divididas, das experiências, dos sonhos alimentados e das desilusões. Lembrei do meu amor que encontrei e que até hoje é motivo da minha festa. Foi o meu primeiro amor que envolveu sentimento e decisão. Me casei, tive filhos e não sei mais viver sem eles.

Fim de tarde chuvoso, me fez lembrar de pessoas muito carinhosas que conviveram comigo e com minha família e que me fizeram experimentar o cuidado divino. De pessoas do convívio fraternal de longa data, e dos que foram apenas por instantes. Lembrei dos que trabalharam comigo, me deram voz e vez. Pensei em falar disso, mas achei melhor não.

Fiz uma jornada longa dentro da minha memória. Aproveitei algumas canções antigas que ouvi ontem e me lembrei de gente muito amada. Gente que meu coração amou nem que fosse por segundos, mas que só hoje eu percebo que em meio às lembranças dos momentos de raiva, esse amor não foi removido. Quis falar muito sobre isso, então resolvi falar pra ti tudo aquilo que eu achei melhor não falar:

Livra-me, Pai, de magoar os meus amigos.
Peço que todos aqueles que oram por mim, permaneçam assim, mesmo que eu cometa algum delito contra elas.
E se meu coração estiver endurecido, me leva a estas lembranças que sensibilizaram o meu aniversário.
Sendo necessário, me faz enxergar o teu amor, que está no meu próximo, que mesmo distante não tem me deixado só.
Me dá inteligência espiritual pra entender que o necessário pra viver em harmonia com todos já foi providenciado, e que eu possa, a cada novo ano, fazer novos amigos e ainda, que eu possa dar os passos necessários para a paz.
Foi muito bom receber recados e sentir o amor.
E só não te falei antes, porque tu já sabias, eu ainda não.
Tudo isso me resgatou pra que eu seja um novo ser Hoje.
Eu amo! E vivo pra te encontrar e te contar tudo aquilo que tu já sabes.Sei que não mereço...


Por ocasião do dia 7/06/2009


André Luiz
Caminho Sergipe - Estação Aracaju
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(79) 3248.4448 - 8807.1421

Foto: Cláudia, Rita, Leonel, Caio, Eu, Alcides, Guilherme, Adir, Lúcia e Davi.

Um comentário:

Adir Freitas disse...

Meu querido irmão, eu quero mais é que vc (c,f)ale! Não importa, pois o Amor, através de vc - que não o merece! - continue a dizer tudo que nós -sem merecer -precisamos saber-sentir-ser!