domingo, 5 de dezembro de 2010

MINHA FÉ NÃO É AQUILO EM QUE ACREDITO

A distinção mais útil que encontrei nesta caminhada foi a que estabeleceu Jacques Ellul entre fé e crença. Crença é aquilo que professamos acreditar; é o contéudo doutrinário peculiar à nossa facção religiosa, expresso com palavras muito bem escolhidas em nossas declarações de fé. Não há, por outro lado, conjunto de palavras suficiente para definir adequadamente a fé. Nossas crenças são passíveis de exposição, mas nossa fé é questão pessoal – seu conteúdo é o mistério tremendo, a tensão superficial entre eu e o universo, entre eu e o desconhecido, entre eu e o futuro, entre eu e a morte, entre eu e o outro, entre eu e Deus.
Os religiosos de todas as estirpes vivem em geral muito mais preocupados com as filigranas da crença do que com a vivência da fé – e posso dizê-lo por experiência própria. As divisões que fazemos questão de estabelecer entre a nossa e as demais facções da cristandade, e entre a cristandade e as outras heranças religiosas, estão fundamentados, naturalmente, em diferenças de crença. Às vezes dizemos que diante de Deus o desafio da fé é o mesmo para todos, mas agimos claramente como se nossa identidade de cristãos e de seres humanos fosse adequadamente definida pelo teor de nossas crenças. Sentimo-nos devidamente legitimados, devidamente representados, pela felicidade de pertencermos ao grupo ou denominação que professa (ao contrário, naturalmente, de todas os outros grupos ou denominações) a crença mais pura, destilada e correta. Fingimos que nos dobramos diante de Deus e de seu Cristo, mas nosso cristianismo é ortodoxolatria.
“A fé”, explica Ellul, “isola o indivíduo; a crença, (qualquer que seja, inclusive a cristã) ajunta pessoas. Na crença nos vemos unidos a outros na mesma corrente institucional, todos orientados em direção ao mesmo objeto de crença, compartilhando das mesmas idéias, seguindo os mesmos rituais, arrolados na mesma organização, falando o mesmo dialeto.”
Diante disso, sinto-me cada vez menos inclinado a responder aos que perguntam em que acredito, ou aos que levantam-se em indignação quando ouvem a temerária confissão de alguma crença minha (“O quê? O Brabo acredita na evolução?” “O quê? O Brabo não condena a fé dos católicos?” “O quê? O Brabo crê que igreja bem-sucedida é a que fecha as portas?” “O quê? O Brabo acredita em [inserir crença arbitrária aqui]“). Sinto-me cada vez menos motivado a responder aos que perguntam sobre minha tradição religiosa, a qual denominação pertenço, se faço parte de alguma igreja, se endosso determinado autor ou se fico devidamente escandalizado diante de determinada barbárie doutrinária.
Não devo iludir a mim mesmo ou a quem quer que seja dando a impressão de que resta algo de importância na vida espiritual (ou na vida) que não seja a fé, e – minha gente – minha fé não é aquilo em que acredito. Minha fé não está naquilo em que acredito, e nem poderia estar. Minha fé não é adequadamente expressa por aquilo em que acredito, e nem poderia ser.
Em primeiro lugar, porque minhas crenças mudam, mesclam-se e transformam-se constantemente. Minhas crenças nascem, reproduzem-se e morrem num plano totalmente independente do desafio que está na fé. Em segundo lugar porque, como lembra Ellul, “toda crença é um obstáculo à fé. As crenças atrapalham porque satisfazem a nossa necessidade de religião”. Quem pergunta aquilo em que acredito está tentando estabelecer comigo a mais rasteira das conexões; está querendo legitimar a sua crença a partir da minha, e isso não tem como ser saudável para ninguém.
Quem se abraça dessa forma à crença está buscando, evidentemente, o conforto do terreno conhecido e palmilhado. “A crença é confortadora”, observa Ellul. “A pessoa que vive no mundo da crença sente-se segura”.  A fé, por outro lado, é coisa terrível, a que ninguém em são juízo deveria aspirar. A fé deixa-me sozinho com um Deus que pode não estar lá. A fé convida-me a um grau de liberdade que posso não ter o desejo de experimentar. A fé quer tirar-me da zona de conforto da crença e levar-me para regiões de mim mesmo e dos outros aonde não quero ir.  A fé pressupõe a dúvida, a crença exclui a dúvida. A crença explica sensatamente aquilo em que acredito, a fé exige loucamente que eu prove.
Nossas crenças são âncoras de legitimação, que nos mantém seguros no lugar mas nos impedem de seguir adiante – o que, convenhamos, é muito conveniente. Quem iria em sã consciência escolher abandonar o abraço confirmatório da crença comum e dar um passo em direção à vertigem da fé, ao desafio de tornar-se um indivíduo separado, distinto e singular (numa palavra, santo) diante de Deus? Queremos voltar para o Egito, onde havia cebolas; não suportamos o desafio constante, sempre iminente, sempre exigente, do deserto.
Não tenho como recomendar a crença; sua única façanha é nos reunir em agremiações, cada uma crendo-se mais notável do que a outra e chamando o seu próprio ambiente corporativo de espiritualidade. Não tenho como endossar a crença; não devo dar a entender que a espiritualidade pode ser adequadamente transmitida através de argumentos e explicações. Não devo buscar o conforto da crença; o Mestre tremeu de pavor e não tinha onde reclinar a cabeça. Não devo ouvir quem pede a tabulação da minha crença; minha fé não é aquilo em que acredito.
Nunca deixa de me surpreender que para o cristianismo Deus não enviou para nos salvar um apanhado de recomendações ou uma lista suficiente de crenças, mas uma pessoa. Minha espiritualidade não deve ser vivida ou expressa de forma menos revolucionária. Não pergunte em que acredito. Mande um email, pegue uma condução, venha até minha casa, tome um café na minha mesa e aceite o meu abraço. Não devo esperar ato maior de fé, e não tenho fé maior para oferecer. 

REFERÊNCIA

BRABO, Paulo."Minha fé não é aquilo em que acredito." In: A bacia das almas: confissões de um ex-dependente de igreja.São Paulo: Mundo Cristão, 2009. pp.145-147.

domingo, 28 de novembro de 2010

A IGREJA QUE DEIXA OS MUNDOS ATURDIDOS!


Leitura recomendada: a carta de Paulo aos Efésios.

 Para Paulo a Igreja — conforme ele a define em suas cartas — era a plenitude Daquele que a tudo enche em toda a existência.
 Ora, como pode ser que na Igreja habite a plenitude de Deus se ela é feia aos nossos olhos?
 Talvez seja porque o que Paulo chama Igreja seja a comunidade ideal apenas visível aos olhos de Deus, até porque somente Ele sabe quem faz parte da Igreja de Deus.
 O apostolo, entretanto, cria que é pela multiforme experiência da Graça de Deus que aquilo que é Igreja para Deus e anjos, se manifesta gerando perplexidade nos poderes invisíveis que a observam.

Assim, o principal sinal da Igreja é a manifestação da multiforme Graça de Deus — na forma de amor, perdão, reconciliação, justiça e bondade procedentes da verdade que atua em amor.

Desse modo a Igreja só é Igreja quando nela habita a Graça como verdade seguida em amor!
 Paulo também diz que a vivencia dessa Graça entre os homens, põe a Igreja no centro das observações cósmicas. Ou seja: vista, olhada e observada; tornando-se num experimento chocante para anjos e todas as demais criaturas capazes de ver com consciência.  
 Sim! Para Paulo a verdadeira Igreja é o eixo da manifestação da Graça de Deus no mundo visível, visto que amor em verdade é algo que não nasce por geração espontânea em lugar algum do Universo.
 Explosões cósmicas, surgimento de estrelas ou a morte delas, ou mesmo qualquer outro fenômeno universal, não têm nem de longe o significado da experiência do amor entre os homens, ainda que os que assim vivam sejam apenas uma imperceptível minoria aos sentidos estatísticos e de volume de matéria no Cosmos.
 É como o diamante: não existe em abundância na Terra, mas o que existe é mais preciso aos sentidos humanos — pela raridade — do que imensas porções de matéria expressivas apenas pelo seu volume, e não pela sua qualidade.

De fato, é chocante quando indivíduos ou grupos humanos vivem em amor criativo e insistente no enfrentamento de tudo aquilo que é anti-amor na existência. Sim! Choca a todos!
 A presença do amor — que é a marca do discípulo, conforme Jesus — em qualquer vivência humana carrega a marca da Graça de Deus.
 Ora, essa Igreja que principados e potestades veem e ficam aturdidos ante a Graça que nela se manifesta como amor, é também vista apenas pelos seres humanos que enxergam o amor manifesto em qualquer lugar ou pessoa.
 Ou seja: a Igreja é o ajuntamento espiritual e comunal de indivíduos rendidos ao amor de Deus, o qual só pode ser visto no mundo como obras de Graça, misericórdia e justiça.

Por esta razão Paulo diz que a Igreja é constituída de pessoas para quem todo muro de separação entre os homens foi abolido na Cruz.

Assim, sempre que pessoas ou grupos vivem além das barreiras de separação — sejam elas de qualquer que seja a natureza —, aí sempre haverá Igreja em estado de produção de perplexidade para os principados e potestades invisíveis.
 O apostolo escreve essas coisas aos de Éfeso, que foi um dos lugares onde os Principados e Potestades disseram: “Conheço a Jesus e sei quem é Paulo!” — Atos 19.
 Desse modo, Paulo cria que o centro das questões cósmicas não tinha em Roma a sua sede naqueles dias, mas sim entre aqueles que viviam de modo a  "perplexar " os observadores invisíveis, os quais apenas se chocam ante a manifestação do amor num mundo gelado pela sua ausência.
 Encontrar amor no Cosmos é algo mais chocante do que se achássemos vida no centro do Sol, por exemplo.
 E mais: tais manifestações chocantes pela sua raridade não respeitam muros de separação; e não se deixam aprisionar por fronteiras geopolíticas ou religiosas ou culturais; ou por qualquer outra forma de contenção e separação entre os homens.
 Assim, o que choca a anjos, demônios e todas as criaturas com poder de observar, é a multiformidade da manifestação criativa do amor num ambiente hostil a ele.
 São os Bons Samaritanos da Graça aqueles que chocam a homens e anjos!
 Desse modo, a Igreja que deixa aturdidos os príncipes das demais dimensões de existência, é aquela que é constituída pelas dinâmicas da Graça.
 Assim, mais uma vez se fica sabendo por que sem amor nada nos aproveita ante Deus e todas as formas de vida.

Pense nisto!

Nele, que nos chama ao existir que no Cosmos não tem paralelo senão na própria manifestação do amor como Graça de Deus vivida e praticada por homens,


Caio

11/04/08
Campinas
São Paulo

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

QUAIS SÃO AS ALTERNATIVAS DA HUMANIDADE?

Se eu não tivesse a fé que tenho, e apenas olhasse o mundo como ele é e com as configurações de cenários que apresenta, qual seria a minha esperança?
Sim! Quais seriam minhas alternativas de esperança?
Não creio que os humanos irão privilegiar o cenário global ao cenário imediato e tópico. Assim, estaremos sempre discutindo o “modo de nossa morte”, e jamais nossa salvação no planeta.
Não creio que haja tempo para salvar a humanidade, mesmo que todos, agora, a uma, nos mobilizássemos para lidar com as questões conceituais e estruturais ligados à nossa auto-extinção.
Não creio que os dogmas religiosos, nacionalistas, étnicos e morais, jamais darão lugar ao Dogma do Amor que tem o poder de preservar a vida humana na Terra e com ela a própria Terra.
Não creio que o amor à humanidade será jamais maior do que a disposição de morrer pela amargura das calamidades provocadas pelo ódio no passado dos povos.
Não creio que haja qualquer força no coração da humanidade que seja hoje maior do que a vontade emulada pelas preocupações deste mundo e pelo poder que o dinheiro dá.
Não creio que a humanidade seja capaz de pensar no bem de todos, abrindo mão de privilégios momentâneos e caprichosos, e, assim, criar as circunstâncias para a sobrevivência global.
Portanto, sem Jesus eu sou um ser de alma apocalíptica em minhas avaliações. Ou seja: somente a esperança em Jesus me dá um Apocalipse para além dos apocalipses da humanidade.
Sem Jesus, para mim, o mundo far-se-á mal até o fim. A alternativa é o desenvolvimento de aparatos de fuga para as estrelas. Entretanto, mesmo assim, iríamos fazer guerra em outros mundos, mas ainda assim guerras, pois, somos habitados pelo poder da guerra.
Com Jesus, vejo a humanidade se fazendo mal, sempre mal, mas não o fará até o fim-fim. O fim da humanidade, o fim do mundo, ou qualquer que seja a designação escolhida para tal catástrofe — não será fim-fim se o que Jesus disse é verdade. Pois se é verdade, haverá novo céu e nova terra, nos quais habita justiça. Porém, se Ele não é Ele, mas apenas um “ele” qualquer, então, a humanidade está perdida, e o que sobra é a orgia dos vampiros e o baile dos zumbis — até a última hora.
Quais são suas esperanças para a humanidade?
Eu só tenho uma!
Sem ela eu morreria antes da morte chegar!
  
Nele, que é minha vida e esperança,
Caio

sábado, 14 de agosto de 2010

MAGNIFICAT

No "Cântico de Maria" (Lucas 1:46-55), a doce serva canta lindamente uma verdade eterna: a vinda do Filho de Deus a ser gerado em seu ventre, significava que a graça irradiava para todos, inclusive, para ela mesma. Sim, pois ela, consciente de sua humanidade e, portanto, de sua pecaminosidade, admite:
"Minha alma glorifica o Senhor, meu espírito exulta em Deus, meu Salvador" (Lucas 1: 46-47).

Maria sabia que também precisava do Filho de Deus, o único mediador entre Deus e os homens, e que, embora tivesse tido o privilégio de ser sua bem-aventurada mãe biológica, precisava, mais que tudo, tê-lo como seu Senhor e Salvador. A sua alegria consistia em saber-se incluída na totalidade daqueles que eram alvo da misericórdia de Deus.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

AOS QUE QUEREM ENSINAR A PALAVRA…


De quem é a responsabilidade pelo erro coletivo entre os que confessam o Nome?...
É claro que o povo é responsável também, mas, na Bíblia, a maior responsabilidade é de quem não é povo, como o rei, o sacerdote ou o falso profeta...
Na Bíblia os verdadeiros profetas não poupam o povo, mas o tratam como um menino tolo e enganável...
Oséias diz que assim como é o povo é o profeta, e assim como é o profeta é o povo...
No entanto, é o profeta que diz: “Eu tenho a Palavra do Senhor!...” — o povo apenas diz: “Conta-nos então...”; e, frequentemente, ouve sem saber discernir a mão direita da esquerda...
Por isto o povo sofre... Sim, em razão de seus profetas vendidos, sacerdotes gordos de conforto e reis corruptos e luxurientos...
Nos evangelhos vemos o amor e a compaixão de Jesus pela gente do povo, chamando-os de ovelhas sem pastor...
Assim Ele diz que quem sabia pouco e errou conforme o que sabia, esse levará “poucos açoites”, mas o que sabia muito e não curou os seus próprios caminhos, antes deliberadamente continuou em seu erro, esse levará “muitos açoites”...
As piores advertências do Novo Testamento são feitas a quem diz que sabe..., a quem diz que vê..., a quem diz que conhece e propõe que outros façam conforme ele diz saber...
As únicas vezes que Paulo menciona nomes negativamente nas suas cartas, todas elas têm a ver com aqueles que diziam que sabiam, mas ensinavam o erro...
O mesmo se pode dizer de Pedro. Suas duas cartas lidam com os que diziam que sabiam e ensinavam errado...
Judas, o irmão do Senhor, também dedica a sua cartinha aos que diziam que sabiam e ensinavam, e, por isto, corrompiam o povo pelo engano de seus ensinamentos...
As duas últimas cartas de João se referem também aos que impediam o povo de ter acesso ao que era bom e verdadeiro...
Por último, à exceção da Carta à Igreja em Filadélfia, todas as cartas às Igrejas do Apocalipse, são textos de advertência ao “anjo”, ao mensageiro; e, além dele, aos que no grupo diziam que sabiam, e, portanto, ensinavam errado e corrompiam...
Tiago diz:
“Não nos esqueçamos irmãos que aqueles que dizem que são mestres, esses receberem muito maior juízo!”
O que pode qualificar então alguém para anunciar o que sabe?
Primeiro: saiba apenas o que está revelado... Todos os problemas acima mencionados com Paulo, Pedro, Judas, Tiago, João e outros, sempre se vincularam ao que os “mestres traziam como novidades”...
Segundo: ensine somente aquilo que você sabe que Jesus ensinou e que os apóstolos ensinaram; portanto, não invente...
Terceiro: veja quais são as implicações de suas opiniões em relação ao que já esteja revelado... Não tenha opinião que se choque com a revelação, nem ao menos de resvalo...
Quarto: creia que você se torna responsável pela mentira, pelo engano, pelo distorcimento, pela perda de rumo que seu ensino sugerir...
Quinto: saiba que sua falta de fé não deve ser sua mensagem, pois, por ela você será cobrado...
Sexto: por mais cheio de conhecimento que você seja..., ainda assim não pregue se você apenas souber sem fé... Não anuncie nada sem fé... Nem mesmo um grande conhecimento!...
Sétimo: saiba que aquele que ensina fabrica ideias e pensamentos... Portanto, veja o que você semeia na mente das pessoas... No fim você será cobrado por todas as sementes híbridas que plantou ou por todas as sementes que você anunciou como sendo de uma qualidade... , quando, de fato, eram de outra...
Leva tempo até que a Palavra seja decantada em nós...
Por isto se diz que o “neófito”, ou “recém”, o “novinho”, “o jovem imaturo”, ou o “homem empolgado”..., não devem sair pregando; antes, precisam dar tempo ao tempo, e ver que qualidade de fruto será produzido em sua própria existência...
E mais:
Se em sua casa, com os seus, você não frutifica o Evangelho, por que haveria você se pregar a outros... se você não faz o Evangelho mostrado em silencio pela sua própria vida?...
A seara é grande e os trabalhadores são poucos... Mas Jesus não mandou treinar e nem recrutar...
Não! Ele disse que se deveria pedir ao Senhor da seara para que Ele mesmo mandasse trabalhadores para a Sua seara!
Assim, melhor do que uma multidão de pastores que não sabem discernir entre a mãe direita e a esquerda... — é se ter apenas uns poucos pastores maduros, mas que façam tudo com amor e certeza em fé.
Não se apresse em levantar-se para pregar!...
Deixe que a Palavra levante você!
Quanto ao mais, apenas compartilhe o que seja o amor de Deus em você, mas não se apresse em ensinar...
Pense nisso!...

Nele,

Caio
18 de agosto de 2009
Lago Norte
Brasília
DF

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Quem não vive para servir não serve para viver (Chico Pacheco, Fraternidade do Caminho)





"Deus não dá nada que a gente não possa suportar!"... Se cada um tem um problema, é porque Ele sabe que aquela pessoa pode suportar... Se eu tenho isso, eu sei que posso suportar com a ajuda Dele! (Vitória) 

O exemplo dessa menininha me tocou profundamente... Quanta esperança e fé! É, de fato... o louvor verdadeiro vem dos lábios de pequeninos como ela.

Ô Vitória! Ensina-me a louvar a Deus com toda a força do meu viver!

Sim. O exemplo dela comove e envergonha!

Ela, em verdade e vida, cumpre no seu caminho o adágio que diz... "Quem não vive para servir não serve para viver!"

Portanto, que tal video te faça no mínimo refletir sobre sua caminhada... Veja do que é feita a sua fé... Veja o que existe de Evangelho em você...

Sim, veja; examine-se; e, ao final, pergunte: “Será que tudo isto que eu chamo de problema não é apenas a minha ilusão de vida, que não suportou os embates da existência, em razão de minha deliberada alienação?”

As pessoas mais significativas deste mundo em geral são as que menos teriam razões para justificar seus feitos, atitudes, realizações e conquistas.

Muitas vezes são órfãos, seres rejeitados, abusados, limitados, doentes, em dor constante...; sem meios, não entendidos, designados para funções menores pela condição que tenham; seja física, mental, psicológica, social, econômica, racial, religiosa, política, étnica, etc.

Enquanto isto a maioria de nós, com tudo em cima, se queixa de tudo; e não tendo do que resmungar na sua própria existência, xingam a vida em razão dos outros, dos que sofrem...

Há ainda os que falam palavrões contra a existência porque não tendo do que queixar-se, queixam-se de que a vida seja muito chata...

O fato que uma boa cura para esse monte de chorões sem causa, para essa miríade de deprimidos em busca de uma razão para a depressão, e dessa legião de murmuradores crônicos, ou até dos “Emo” que se reúnem para chorar... — é dar a eles umas férias no Vale do Jequitinhonha (ou ainda, nas cidades do Nordeste atingidas pelas chuvas) ou até em um campo de refugiados na África (ou ainda, em missão nas vilas da Nigéria), quando, milagrosamente, ficariam curados de toda depressão e surtos de xingamentos existenciais na hora...

A maioria está prostrada por pura frescura!

Só mesmo fazendo a vida ficar definitivamente ruim para ver se tais pessoas realizam o fato de que a ingratidão delas para as suas vidas; e que faz com que assisti-las seja insuportável.

Dor, queda, tropeço, dificuldade, limitações, inferioridades, impotências, acidentes, calamidades, tristezas, perdas, e tudo o mais, todo mundo tem.

Não admitem que eles é que são umas drogas de gente sem vontade de viver e de servir.

Veja e se enxergue!

Assista novamete o video: clique aqui!

Que o Senhor a todos nós abençoe!

Chico
*Adaptado do site

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Reconstrução do Templo

Reconstrução do Templo


A vontade de construir a Casa de Deus pode ter surgido por muitos aspectos. Acho que o principal deles era o da referência. Quando o povo andava pelo deserto, acampados a beira do monte Sinai, depois do episódio do bezerro de ouro, com toda a misericórdia o Senhor pediu para que fosse constituído o seu santuário no meio do povo, que ficaria sobre a responsabilidade da tribo de Levi. Desde então o homem começou a entender melhor a expressão que dizia: ninguém jamais viu Deus. E de fato, Moisés o vira de relance. Porém o pavor tomou conta dele. E conta no livro do Exôdo que o povo ficou muito feliz por conta da graça de Deus para com eles.

O povo viveu muito tempo com o tabernáculo, até que nos dias do rei Davi se desencadeou uma vontade dos que habitavam na região de Jerusalém que Deus estabelecesse residência fixa alí. Tendo Davi como o principal idealizador dessa empreitada, o povo novamente voltou a sonhar que pudesse fazer alguma benfeitoria pra Deus. O argumento era cheio de boas intenções: vou te dar uma casa digna de ti, ó Deus, mais até que a minha. Só que não havia como Davi ser misericordioso para com Deus.

Então, veio Salomão substituindo a mentalidade carnal de seu pai Davi, e objetivou-se em construir o templo com um novo sentido: para que todo aquele, israelita ou estrangeiro, que precisasse de perdão, estendendo as suas mãos para Jerusalém, na direção do templo, encontrasse um Deus perdoador. O povo trabalhou arduamente, pagou impostos pesadíssimos na época, pois era uma obra muito cara, que tinha sua beleza estonteante.Tudo da melhor qualidade! Mais uma vez, uma grande festa e o povo ficou muito feliz pois a glória de Deus passou a habitar naquele lugar.

Salomão morreu, o reino rachou, a pesar do templo belíssimo a qualidade das ofertas já não era mais a mesma, já que o povo já não queria mais saber de ser perdoado. Fizeram cultos a ídolos domésticos, um reino foi-se cativo, e algum tempo depois, o outro. O templo já não era mais referencia de nada. Derribado servia apenas para o lamento de alguns profetas que choravam o fato do povo ter se distanciado tanto da vontade de Deus que era encontrar adoradores que caminhem em espírito e verdade.

Décadas depois, surge um novo sentimento no povo, gerado pelo espírito de Deus, de união, de acolhimento, de ensino que fez com que um grupo de pessoas gastasse o seu tão precioso tempo em reconstruir, não só o templo, mas a cidade de Jerusalém inteira, restaurando os domínios de Israel. Mas não durou muito tempo para que outro império surgisse e promovesse, desta vez, a profanação do maior símbolo da esperança no Eterno entre o povo judeu, e na sequência, outro império que, por interesses comerciais, erguesse um santuário descomunal, a fim de explorar aquela área riquíssima tanto pela estratégia geográfica, e pelo turismo religioso.

Até que Jesus disse para aqueles que deveriam zelar pelo coração do povo: "destruam este templo e eu o levantarei em três dias". (Jo 2. 19)

Somente com a ressurreição, os discípulos de Jesus entenderam que estava se referindo ao templo do seu corpo, e passaram a compreender as escrituras e na palavra dele enquanto disse "não façam da casa de meu Pai um mercado pois o zelo pelo que é dele me foi confiado".

Tendo Jesus falado do seu corpo, é lógico que ele estava se pronunciando ao fato de que ninguém chegava pra se colocar no altar de Deus. O sentimento de sofrer junto ao sacrifício já não era mais verdadeiro. Deus estava longe daquele lugar pois era raro alguém se apresentar ali com verdade. Foi mais fácil encontrar no gazofilácio.

A ocupação de Jesus sempre foi na inclusão do homem na presença de Deus. Nunca houve, em qualquer época, algo que explicitasse tão bem o desejo do Pai em estar próximo do homem, que o próprio Jesus. Curou doentes e mostrou a doença dos que se consideravam sadios; devolveu vista aos cegos e falou da cegueira incurável; fez mudos falarem e calou o leitor da sentença de condenação eterna; aos pobres foi anunciado a chegada do Reino de Deus e fez com que cada pessoa procurasse andar apenas com aquilo que cabe no coração para o beneficio do próximo. Este é o seu Evangelho.

Ele, enquanto templo, era a sua própria mensagem:

O tabernáculo do seu corpo alegra a todos os que estavam passando por seus desertos de alma. Pois basta apenas crer que tudo o que pode angustiar algém, serve para enxergarmos que, até o final, ele caminhou junto.

O templo do seu corpo é mais glorioso do que o que foi feito por Salomão porque Ele é a vontade do Pai para que todo aquele que, tendo nascido de Deus, saiba perdoar e caminhar perdoando, e quando for necessário, estender as mãos em abraços sinceros, de paz.

O templo do seu corpo não poderá ser mais destruído, nem reconstruído, porque todos as coisas é que existem por ele, são dele e para ele, que é o princípio e o fim do  caminho de quem busca viver na verdade.

O seu corpo é inegociável, para que todos entendam que o perdão chegou, e todos quantos quiserem viver por aquele que se entregou espontaneamente, por amor, tenham fé em crer no Pai que sempre dá o melhor desta terra.

A destruição do templo não é vontade do Pai, e sim a sua reconstrução, como obra redentora de Jesus, na compreensão de uma vida que se vive conforme o amor do Pai celeste.

Reconstruir é espalhar o amor do Pai na vida!

André Luiz
Estação Aracaju


sábado, 20 de fevereiro de 2010

Próxima Reunião - 21/02/2010

Amigos de caminhada.


Como foram de carnaval? Gostariamos que estivessemos juntos amanhã, para conversarmos e celebrarmos o nosso carnaval diário.

Sim, já que ouço por demais que a páscoa e o natal do que crê tem relação com o que se faz todo dia, porque ninguém fala a mesma coisa do carnaval?

É porque ainda estamos aqui nesta terra buscando a todo dia a mente de cristo. Querendo ser igual a Ele!

Só que para realizarmos a despedida da carne, precisamos nos aproximar uns dos outros, a fim de que sejamos incentivados a prática constante do amor, paz, diversão, desprezo de ofensas, leveza, disposição para fazer o bem, fé, quietude e moderação, sempre!

E isto não só na nossa reunião, já não há quem se oponha contra isto.

Porém, se mesmo sabendo que você pode ser assim em qualquer lugar, você desejar estar junto como Caminho da Graça, apareça na casa do casal Alcides e Lúcia, domingo 21 de fevereiro, às 19h30 para celebrarmos o cordeiro que foi morto e que venceu. E que através da sua morte podemos ter vida em abundância. Pois todo escrito de divida que tinha contra qualquer homem foi pago no fim do caminho, que é Jesus. E que sendo assim caminhamos com fé na liberdade do ser descansado em graça, estando coberto não pelo conhecimento/ciência mas pelo absurdo de simplesmente crêr.



Venha, se você não tem nenhum outro caminho a fazer que não seja responder ao chamado da ressurreição que diz: "venha para fora!"

Venha se você quer ajudar a remover pedras.

Venha se você está precisando de alguém pra soltar as ataduras.

E vamos ceiar juntos a morte das obras da carne pela vontade de praticar as obras do Espírito, pois Ele é digno e estará conosco até a consumação dos séculos.

Amém.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010





Meu Deus! Q coisa linda! Meus amigos-irmãos-ajudadores de sempre! 

Estava ouvindo a Vanessa da Mata... já tinha ouvido outras vezes, mas só agora, neste exato momento, a Palavra "desceu" ao meu coração. Leiam essa letra, e dps baixem a música (se já ñ tiverem), e prestem atenção. Leiam a letra e escutem a música não como a Vanessa catando pra vc, mas leiam e ouçam Jesus dizendo tais palavras, e veja se não encaixa direitinho na vida de todos nós. Se não pra vcs, ao menos pra mim: Jesus falou comigo nessa música.

Possivelmente a Vanessa tenha feito essa música pensando em algum carinha; mas e daí?! 

Uma música, um texto ou qualquer outro material q torne-se público, passa a ter "vida" própria. E pra mim a "vida" dessa música é a própria Vida (Jesus) da qual ninguém mais poderá nos arrebatar. 
Segue a letra:
Minha Herança: Uma Flor
Composição: Vanessa da Mata
Achei você no meu jardim
Entristecido
Coração partido
Bichinho arredio
Peguei você pra mim
Como a um bandido
Cheio de vícios
E fiz assim, fiz assim
Reguei com tanta paciência
Podei as dores, as mágoas, doenças
Que nem as folhas secas vão embora
Eu trabalhei
Fiz tudo, todo meu destino
Eu dividi, ensinei de pouquinho
Gostar de si, ter esperança e persistência
Sempre
A minha herança pra você
É uma flor com um sino, uma canção
Um sonho, nem uma arma ou uma pedra
Eu deixarei
A minha herança pra você
É o amor capaz de fazê-lo tranqüilo
Pleno, reconhecendo o mundo
O que há em si
E hoje nos lembramos
Sem nenhuma tristeza
Dos foras que a vida nos deu
Ela com certeza estava juntando
Você e eu
(2x)
Achei você no meu jardim

Obrigado Jesus por ter me achado, por ter alegrado a minha alma, e por ter me domado. Obrigado Jesus por ter juntado os meus cacos, por ter podado o meu ser, e por toda  a paciência. Obrigado Jesus por ter gastado tempo comigo, por ser eu a tua obra, e por ter me ensinado a viver. Obrigado Jesus por ter me estimulado a crer e a persistir sempre, por ter me deixado assim tranquilo, por tua plenitude, e por toda a percepção do mundo em que vivo. Meu muito obrigado Jesus, por ser a minha herança e por ter me feito herdeiro, por ser o meu amor e a minha esperança, por ter me feito viver tudo que vive antes, mesmo quando achei que estava levando um fora, na verdade era só uma volta, pra que hoje eu te encontrasse nessa esquina da vida e te ouvisse falando comigo, aqui!  Amém!
Abração em tds!
--
Igor Rodrigues

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

CineCaminho, 30 de janeiro de 2010

CineCaminho

Com efeitos especiais e direção de arte impecáveis, a história se passa numa paisagem futurista de uma Inglaterra totalitária, onde uma pacata jovem chamada Evey (NATALIE PORTMAN), que é resgatada de uma situação de vida e morte por um homem mascarado, conhecido apenas como “V”. Incomparavelmente carismático e extremamente habilidoso na arte do combate e destruição, V inicia uma revolução quando convoca seus compatriotas a erguerem-se contra a tirania e opressão. Enquanto Evey descobre a verdade sobre o misterioso passado de V, ela também descobre a verdade sobre si mesma e emerge como uma improvável aliada na culminação do plano de V, para trazer liberdade e justiça de volta à sociedade repleta de crueldade e corrupção.Este é o enredo do filme. Mas o nosso objetivo não é só para conversarmos sobre o filme. O CineCaminho vai nos ajudar a exercitar a percepção de que Jesus também pode ser descoberto também na 7ª arte. Uma dica: a vingança é do Senhor!

Treiler do filmeComo chegarTwitter

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

DEUS É SANTO, RETO E JUSTO



DEUS É SANTO e se queremos saber o que é santidade, olhemos para Jesus! A santidade do Pai está inteiramente revelada na pessoa de Jesus. Portanto, olhando para Jesus eu enxergo a santidade de DEUS. A santidade de DEUS não pode ser conhecida pela mediação de um dicionário e de um sistema doutrinário, fruto do olhar daqueles que confessada ou inconfessadamente se julgam mais santo que o próprio Jesus, pois se veem incapazes de acatar tanta humanidade nos gestos, palavras e relacionamentos de Jesus. E sendo assim, jamais poderiam ver Nele, a divindade. Jamais poderiam, então, enxergar na humanidade de Jesus, a santidade do próprio DEUS.



A santidade de DEUS é refletida naquele que cumpriu em si mesmo toda a santa Lei, a fim de que nós, libertos da inobedecível Lei, a qual nos condenava, possamos agora, como irmãos, amigos e servos Seu, segui-lo somente pela fé. A Lei, santa, boa e justa foi cumprida em Cristo para que o Espírito Santo de Deus, operando em nós, nos santificasse, formando em nós o caráter de Jesus.

DEUS é reto e Justo. Como eu sei? Olhando para Jesus! Se eu disser que Deus é reto e justo com base num critério humano de justiça e retidão, ou simplesmente porque li nas Escrituras, estaria apresentando um Deus que não é o Pai de Jesus, pois seria uma espécie de rei para uma monarquia constitucional cósmica, na qual o rei só pudesse agir conforme a Lei, o que faria da Lei, o "Deus" supremo, e do rei, um subalterno. Todavia, o DEUS de Jesus não é assim. Basta ver Jesus agindo que eu conheço a justiça e a retidão de DEUS. Não é pelo conhecimento abstrato de um conceito de justiça, mas pela observância simples dos seus atos na história e na existência dos homens. Ao ver Jesus agir, não compreendo, mas perplexo, constato que a Justiça de Deus se manifestou entre nós!